Realizar a estomia é um momento delicado e importante na vida de qualquer um, pois exige um período de adaptação e de aceitação – até o paciente se acostumar com a bolsa e ela se tornar algo rotineiro. No entanto, há pouca informação disponível sobre a reversão desse processo. A enfermeira Hellen Taivona, profissional de enfermagem da Cholmed e especialista em estomia, responde questões sobre a reversão da estomia.
Quais são os cuidados que o paciente deve tomar após a reversão?
A fase de adaptação é muito importante e irá variar de paciente para paciente. Contudo, o principal cuidado é em relação à alimentação, pois, durante muito tempo o intestino não teve o seu funcionamento normal, tendo agora que adaptá-lo novamente. É muito comum os episódios de fezes (liquida ou sólida) serem altos devido a alteração da flora intestinal, principalmente sequencialmente após as refeições, assim, poderá haver problemas como assadura perianal (tendo assim cuidado na higienização), desconforto e até mesmo desnutrição/desidratação pela perda de água, nutrientes e eletrólitos, por isso o acompanhamento médico é de suma importância.
Existe uma alimentação específica para o paciente que realiza a reversão?
Como falamos, a flora intestinal está alterada, por isso é importante uma alimentação balanceada, saudável e ao qual ocorra de 3 em 3 horas, com alimentos de pouca quantidade e rico em fibras, sempre mastigando muito bem. Ingerir bastante líquidos. Evitar ainda alimentos gordurosos como frituras, maionese, creme de leite, etc., doces muito concentrados, verduras cruas (apenas no início, até a nova adaptação do organismo) e substituir o leite integral pelo com menos lactose).
Existe possibilidade do paciente que realizou a reversão voltar a utilizar a bolsa?
Sim. Vai depender do que levou o paciente a submeter a cirurgia para abertura e se o problema ao qual ocasionou a estomia retornou, devendo novamente realizar o desvio do trânsito intestinal através do estoma. Na reversão ainda existem os riscos como obstruções (fechamento da área da emenda causando dificuldade na passagem do conteúdo fecal, parcial ou total) e fistulas (abertura da emenda e contato do conteúdo fecal para fora ou para dentro da cavidade abdominal), havendo assim a necessidade de nova abordagem cirúrgica e até mesmo ocasionando novamente o uso da bolsa.